Infarto: reconhecer os sinais e agir rápido pode salvar vidas

Imagine que você está com um amigo e ele sente dor em aperto no peito. Cada minuto conta: o infarto ocorre quando o fluxo de sangue para o coração é bloqueado por uma obstrução.

Sintomas mais comuns


Os sinais incluem dor ou pressão no peito que pode irradiar para braços, costas, pescoço, mandíbula ou estômago. Também podem surgir falta de ar, suor frio, palidez, tontura, náusea, desmaio, cansaço intenso ou mal-estar geral. É essencial não ignorar nenhum desconforto incomum no peito ou no corpo.

Atenção: em mulheres, idosos e pessoas com diabetes, os sintomas podem ser diferentes, aparecendo como falta de ar isolada, fadiga intensa, dor abdominal ou mal-estar difuso.

O que fazer? Passo a passo


1. Assim que suspeitar de um infarto, não espere: ligue 192. 
2. Informe a suspeita, descreva os sintomas e dê o endereço completo. O número 192 funciona em todo o Brasil. 
3. Ajude a pessoa a sentar ou deitar de forma confortável, afrouxe roupas apertadas e evite esforço físico. Falar com calma ajuda a reduzir a ansiedade. 
4. Não ofereça comida, bebida ou medicamentos sem orientação médica. 
5. Se a pessoa perder a consciência ou parar de respirar, chame ajuda e inicie a massagem cardíaca: mãos entrelaçadas no centro do peito, cerca de 100 compressões por minuto, até a chegada do socorro. O atendente do SAMU pode orientar você passo a passo pelo telefone. 

Uso do DEA (Desfibrilador Externo Automático). Se a vítima estiver desacordada e não responder a estímulos, procure um DEA. Ele pode salvar vidas e está disponível em locais públicos como aeroportos, shoppings, academias, escolas e hospitais. Basta seguir as instruções de voz do aparelho. Enquanto espera o socorro, mantenha a pessoa aquecida, calma e sem movimentos bruscos. Se os sintomas piorarem, avise o SAMU imediatamente. Não transporte o paciente por conta própria, pois isso pode aumentar o risco de complicações.

Por que agir rápido é tão importante?


De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o tempo entre os primeiros sintomas e o atendimento médico é decisivo. Quanto mais cedo o coração recebe tratamento adequado, maiores são as chances de recuperação e menor o risco de sequelas ou morte.

Referências

  • BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Síndromes Coronarianas Agudas. Brasília: Ministério da Saúde, 2021.
  • Ministério da Saúde – Planejamento Terapêutico: https://linhasdecuidado.saude.gov.br/
  • Secretaria da Saúde do Estado do Espírito Santo. Protocolo do Primeiro Atendimento da Dor Torácica. Vitória, ES, 2017.
  • NICOLAU, J. C. et al. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Angina Instável e Infarto Agudo do Miocárdio sem Supra de ST. Arq. Bras. Cardiol., 117(1):181-264, 2021.

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Conteúdo escrito por:

Aline Reis Tavares
Médica residente em Terapia Intensiva pelo Hospital Metropolitano Doutor Célio de Castro, pós-graduada em Cuidados Paliativos, com formação avançada em Cuidados Paliativos pela Casa do Cuidar e prescritora de medicina endocanabinoide. Atua com foco no manejo de dor crônica, ansiedade, insônia, fibromialgia, desprescrição e doenças neurológicas, unindo ciência, empatia e escuta ativa.

Acredita em um cuidado centrado na pessoa e individualizado, com acolhimento sem julgamentos, promovendo autonomia e protagonismo do paciente ao respeitar suas escolhas.

Possui experiência em urgência e emergência, UTI e atendimentos ambulatoriais, com foco especial em pacientes que já passaram por múltiplos tratamentos e buscam novas possibilidades terapêuticas. Gosta de traduzir a linguagem médica em algo acessível e acolhedor.

Além da medicina, conecta-se com a arte e o movimento: ama cerâmica, música, gatos e pular corda nas horas livres.

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